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Não há dúvida, na Bíblia está explícito a natureza humana, hoje um dia estranho como muitos outros que não reconheço na atitude da pessoas um traço da presença de Deus.
Este que nos deu uma nova chance, tantas quanto necessário, mas mesmo assim insistimos em ignorar, até os ditados tão simples quanto: “devemos cuidar dos mais velhos como gostaria de ser cuidado num futuro talvez próximo”. Hoje no metrô, voltando para casa era aproximadamente 21:15, um senhor descia as escadas, onde muitos subiam, já que haviam desembarcado de uma composição recém chegada, ele beirando seus 60 anos, uma mão amputada, um semblante assustado. A maioria das pessoas subiam pelo lado esquerdo, mesmo sinalizações no chão sugerindo que subissem pelo lado direito, onde eu subia praticamente sozinho, separado dos demais por um corrimão no meio dos degraus, a maioria das pessoas jovens, porém, cansadas e estressadas, talvez por um dia onde muitos outros não lembraram de outro ditado:
trate os demais como gostaria de ser tratado.
Contaria 100 pessoas? ou mais? Quando no terceiro degrau de sua descida, que parecia ser um grande desafio, o mesmo tropeçou, eu cabisbaixo, apenas ouvi um lamento de um jovem, e vi um par de pés inseguros se entrelaçando. Elevando minha cabeça, letárgico, preso aos meus pensamentos egoístas, numa tentativa de solucionar desafios que a vida me impõe por encontrar como servir a Deus, consegui a tempo alcançá-lo e segurá-lo pelo braço juntamente com uma outra mão de alguém que o pegou pelas costas e evitou sua queda por uma escada que me parece ter em torno de 30 degraus, talvez a metade de cada ano vivido por este senhor que poderia ali ter perdido sua vida.
Ninguém pode fazer mais, o senhor certo que devia continuar descendo a escada, irritado e ainda de semblante assustado não parecia se conscientizar do risco que correu, ou talvez pelos sofrimentos vividos, não se importava em rolar escada abaixo, podendo em sua cabeça, ser a solução de tudo, continuou descendo indo contra a maré de pessoas que desconheciam o que acontecia a centímetros de si mesmas.
Segui então atrás do senhor segurando em seu braço direito olhando sua mão esquerda que não existia. Um toco magro moreno aparentemente sem serventia alguma. O senhor insistia em descer rapidamente, eu apenas poderia segurá-lo e não dizer nada, a um terço de finalizar o caminho ele me olhou e disse daqui vou sozinho, então respondi firmemente, sem complacência,
“vou com o senhor até o fim da escada”,
Acho que ele se convenceu que não adiantaria discutir e se resignou de cabeça baixa a continuar me puxando para descer os 10 degraus restantes.
Não minto, em minha mente me perguntava, por que este senhor não desceu pelo elevador, mas nem eu sei onde fica tal elevador, será que funcionava? Lembrei de minha dor na coluna, minhas pernas também doíam, mas o que isso importava.
Então finalmente chegamos ao fim da escada, para mim o início de uma escalada que já estava ao final e tive a chance de recomeçar para uma nova reflexão em como é tão simples servir a Deus.
Olhei então para os olhos do senhor, este com um olhar angelical e brilhando me agradeceu com um sorriso de felicidade, letárgico ainda subi a escada, ainda alguns outros já no final uma pessoa olhava, talvez o restante daquela mão que o segurou pelas costas, subi pensando porque “diachos” este homem descia está escada sozinho, onde estavam os seguranças da estação? Qual a função deles, não seria também zelar pela dignidade dos usuários?
Continuei meu caminho até meu ponto na estação de ônibus. No ponto como agora, meus olhos brilham e embaçam, é só me resta agradecer a Deus, por Ele continuar me dando chances atrás de chances de servi-lo.
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