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Argumnentum ou Argumenta? o primeiro em latim, significa Argumento, o segundo é o plural ou seja Argumentos. O objetivo aqui é listar os tipos de argumentos existentes, seu melhor uso ou se devem ser evitados.
Em inglês ou Latim a palavra é a mesma para o mesmo significado em português, ou seja “Argumentum” que em português é “Argumento”, já no plural do latim é “Argumenta” em português usa a nossa gramática e temos “Argumentos”, a palavra “Argumenta” em português é a conjugação do verbo “Argumentar” na terceira pessoa do presente “Ele Argumenta”.
Numa era que se iniciou nos meados da segunda década do século XXI, onde a ciência vem sendo bombardeada por crendices antiquadas, como a astrologia, fortalecida por filósofos autoproclamados, e até mesmo pelas religiões, sejam milenares ou recém criadas apenas para atender os anseios daqueles que não se encaixam em religião alguma anteriormente existente. Claro que a filosofia clássica por sí só não se enquadra nestas antiguidades, a Religião tem seu lugar e quando bem aplicada é uma base da sabedoria humana tanto quanto a relação entre os homens e a natureza, como a relação do homem com Deus e deve ser sempre respeitada, mas com cautela pois pode estar sendo usado por pessoas inescrupulosas.
Desde ataques pessoais, até ataques ao próprio argumento por falácias, movidos pelo ego, aqueles que querem apena vencer e não somar conhecimentos, tem usado das formas mais baixas e medíocres de argumentação. Pois o que importa hoje é ter razão. E O mais interessante e que muitos defendem seus ataques disfarçados de argumentos por falas de filósofos renomados, sem considerar o contexto histórico de seus argumentos. Uma forma de pensar fortalecida pelos sermões promovidos pelo movimento neo-pentecostal que se auto-justificam em textos desmembrados, já vemos ai o que se chama de _Argumentação por Composição_.
Também listarei aqui alguns formas de argumentação definidas pelo que é modernamente chamado de “Latim Macarrônico”. Apesar de achar o tom de tal argumento do pior mal gosto possível, é assim ainda usado por muitos para vencer um debate pelo deboche, e nos piores casos o total desrespeito ao seu interlocutor caracterizando assim um Argumento Ad Hominem dos piores.
A lista abaixo não tem uma ordem especifica, estou adicionando conform meus estudos e leituras, as fontes que justificam e explicam a definição dos tipos de argumentos estão listadas no final do artigo.
Poderia com certos argumentos demonstrar que se domina o discurso, que se faz uso da Dialética e aplica a retórica adequadamente? ou seria apenas mais uma pessoa que pouco se importa com o que está se fala, mas apenas se deleita com a possibilidade de vencer. A Dialética tem como base o dialogo entre ideias divergentes buscando assim chegar a novas ideias, como disse o objetivo é desenvolver o oposto chegando a um consenso e não se destruindo o que chamariam de oponente.
Argumentum ad antiquitatem
Argumentum ad antiquitatem ou Apelo à Tradição, é uma falácia que consiste em dar autoridade a algo como verdadeiro ou bom porque é antigo ou “sempre foi assim”
Argumentum_ad_novitatem
É o oposto do Argumentum ad Antiquitatem
Argumentum ad Temperatiam
Argumentum ad temperantiam consiste em afirmar que o meio-termo entre duas propostas é a melhor solução. Este argumento é normalmente evocado quando duas ideias opostas são defendidas por grupos de tamanho semelhante. A falha do argumento vem de pressupor que os extremos são necessariamente errados e que o meio-termo é verdadeiro.
O Consenso pode vir o lado positivo desta falacia, que leva aos opostos chegarem a um ponto comum por sua proposta.
Argumentum ad metum
Argumentum ad Metum ou seja argumentação pelo medo ou pelo uso do medo. Quando o interlocutor ameaça ou de alguma informa impõem pedo por reações ou intonações, ou mesmo com o uso de outras forças locais. Prática muito comum por religiosos em geral para consolidar seus argumentos de suas fés.
Argumentum ad baculum
Quando se argumenta na base no medo ou na autoridade, portanto pode ser similar ao Argumentum ad Metum ou Argumentum ad Crumenam.
Tal argumentação pode se estabelecer também por meios não falaciosos como o uso de regras e leis, impondo assim condições.
Também amplamente usado por religiosos, como por exemplo dizer que ao pegar se vai para o inferno é uma lei religiosa incontestável. Portanto, basta colocar qualquer ato ou pensamento como pecado diante da religião base do interlocutor.
Argumentum ad lapidem
Falácia lógica que desqualifica uma afirmação acusando-a de ser absurda sem, no entanto, dar uma explicação, é um falácia do tipo Ad Hominem.
Argumentum ex silentio
É um tipo de argumentação que se baseia na ausência de fatos que comprovem uma determinada ocorrência, assim se coloca em dúvida que uma certa afirmação seja verdadeira se silenciando diante da sua exposição. Quanto se trata de fatos históricos pode ser válida para colocar em xeque o fato, porém eu particularmente vejo como perigoso o uso de tal técnica, que não pode ser chamada de falácia, já que o silêncio pode também ser considerado como concordância com quem se fala.
Ad Crumenam
Ad Crumenam é uma falacia durante a argumentação que usa da posição social para impor uma proposição, por exemplo a pessoa ser rica ou proprietária de uma empresa e assim ter maior poder aquisitivo que o interlocutor e assim usar disso para que seu argumento tenha maior valor e se sobreponha do outro.
Ad Lazarum
Jà Ad Lazarum se utiliza do sofrimento e posição social inferiorizada para estabelecer que o interlocutor então tem experiência de vida, já que viveu tal situação com sofrência.
Argumentum Ad Hominem
Quando se argumenta atacando a pessoa na tentativa de desqualifica-la, ao invés de combater a ideia em sí. Tal pratica tem sido utilizada em grandes proporções no final desta segunda decada do século 21, e particularmente acredito que se tornou tão comum devido as práticas de alguns pastores evangélicos neo-pentecostais em denegrir aqueles que se opõem a suas filosofias religiosas.
Argumentum Ad Ignorantiam
O Argumento da ignorância é bastante comum, é quando se acredita que seu argumento é o melhor, por desconhecer outras formas de pensar, sendo assim se nunca ouvi falar de algo este não existe, e sua forma de pensar é a única verdadeira.
Ad Nauseam
É uma forma de pensar que se estabelece pela repetição, até que se torne verdade pela insistência.
Reductio ad Hitlerum
Tal termo que define esta forma de argumentação, cunhado pelo filósofo Leo Strauss em 1951, é a corrupção do latim onde também se apresenta com o nome Argumentum Ad Hitlerum, assim em um discussão quando alguém quer desqualificar as argumentações do interlocutor, em especial quando já se está cansado da longa discussão e assim começa-se a comprar, quando assim for possível, as falas com falas de Hitler.
Uma forma bem comum de Reductio ad Hitlerum é dizer que o fato de alguém ser nacionalista é ser seguidor de Hitler, por ele ter sido também, mas isso além de ser um argumento por composição, ou seja tirando parte do todo, é um tipo de Argumentum Ad Hominiem.
Lei de Godwin, segundo a qual “quanto mais dura uma discussão na Usenet, maior a probabilidade de que apareça uma comparação com os nazistas ou com Hitler.”
Argumentum Ad Misericordiam
Quando se apela para a misericordia do interlocutor, em especial em casos de julgamento ou pedido de ajuda, um caso que pode se usar como exemplo é o fato de um paí alegar que já está sendo penalizado pela perda do filho quando este morro em um acidente de transito, mesmo sendo coorresponsável pela sua morte por ter lhe entregado a chave do carro para ir a uma festa e este não ter carteira e ter o costume se se embriagar.
Argumentum Ad Populum
A Argumentação pela maioria, é quando se baseia no fato que é apoiado pelo o maior número de pessoas, mesmo que se prove cientificamente o contrário, se a maioria pensa que uma certa forma de pensar é a correta, esta se torna a verdade.
Argumentum Ad Verecundiam
O argumentum ad verecundiam ou argumentum magister dixit é uma expressão em latim que significa apelo à autoridade ou argumento de autoridade. É uma falácia lógica que apela para a palavra ou reputação de alguma autoridade a fim de validar o argumento. Este raciocínio é absurdo quando a conclusão se baseia exclusivamente na credibilidade do autor da proposição e não nas razões que ele apresentou para sustentá-la
Regras básicas que devem ser respeitadas para um argumento de autoridade ser considerado um bom argumento:
- O especialista (a autoridade) invocado tem de ser um bom especialista da matéria em causa.
- Os especialistas da matéria em causa não podem discordar significativamente entre si quanto à afirmação em causa.
- Só podemos aceitar a conclusão de um argumento de autoridade se não existirem outros argumentos mais fortes ou de força igual a favor da conclusão contrária.
- Os especialistas da matéria em causa, no seu todo, não podem ter fortes interesses pessoais na afirmação de que se trata
Afirmação do Consequente
Falha lógica resultante de admitir verdadeiro um condicional e seu consequente, para, em vista dissso, erroneamente admitir que o que antecedente seja verdadeiro, OU seja se um determinado Argumento é verdadeiro, o subsequente é verdadeiro também pois ambos estão juntos e citado pela mesma pessoa.
Anfibologia
Falacia resultante de ambiquidade, que surgem de falhas na elaboração sintática do que se defende.
Circulo in Demonstrando
Ocorre quando se acolhe, como premissa, a conclusão desejada, formando um ciclo vicioso.
Composição
Supor que a parte de um todo o faz valido para o que se deseja defender, prática também muito comumente usada em pregações evangélicas, quando se pega partes de textos para se formar uma nova argumentação de defesa de uma proposição.
Credencialismo
Complexo do pombo enxadrista
Tal complexo surgiu em maior evidência nos debates politicos em especial com extremistas que poderiamos dizer “chutam o balde” quando se discute um tema que se torna muito político, assim o debate se termina com uma das partes passando as agreções, aplicando por exemplo Argumenta ad Hominem e similares.
“Les extrêmes se touchent
Também conhecido como Teoria da Ferradura, é definida simplesmente pelo fato de grupos e opiniões extremas, por mais opostas que se pareçam tem similares que as colocam muito mais próximos um do outro que se possa imaginar.
O primeiro uso do termo na ciência política parece ter sido usado por Jean-Pierre Faye, em seu livro de 2002, Le Siècle des idéologies. Outros atribuem a teoria a Seymour Martin Lipset, Daniel Bell ou a “escola pluralista”. A teoria as vezes têm sido denominada como “Les extrêmes se touchent” (“Os extremos se tocam”).
Falácias categorizadas
Abaixo listo por categórias as falacias identificadas pela filosofia, esta lista foi obtida no site Critica na Rede
Falácias da Dispersão (manobras de diversão)
- Falso dilema (falsa dicotomia)
- Apelo à ignorância
- Derrapagem (bola de neve ou declive ardiloso)
- Pergunta complexa
Apelo a Motivos (em vez de razões)
- Apelo à força
- Apelo à piedade
- Apelo a consequências
- Apelo a preconceitos
- Apelo ao povo
Fugir ao Assunto (falhar o alvo)
- Ataques pessoais
- Apelo à autoridade
- Autoridade anónima
- Estilo sem substância
Falácias Indutivas
- Generalização precipitada
- Amostra não representativa
- Falsa analogia
- Indução preguiçosa
- Omissão de dados
Falácias com regras gerais
- Falácia do acidente
- Falácia inversa do acidente
Falácias causais
- Post hoc
- Efeito conjunto
- Insignificância
- Tomar o efeito pela causa
- Causa complexa
Falhar o alvo
- Petição de princípio
- Conclusão irrelevante
- Espantalho
Falácias da ambiguidade
- Equívoco
- Anfibologia
- Ênfase
Erros categoriais
- Falácia da composição
- Falácia da divisão
Non sequitur
- Falácia da afirmação da consequente
- Falácia da negação da antecedente
- Falácia da inconsistência
Falácias da explicação
- Inventar factos
- Distorcer factos
- Irrefutabilidade
- Âmbito limitado
- Pouca profundidade
Erros de Definição
- Definição demasiado lata
- Definição demasiado restrita
- Definição pouco clara
- Definição circular
- Definição contraditória
Fontes
- https://books.google.com.br/books?id=yUp2kPGlsPQC&pg=PA376&redir_esc=y&hl=pt-BR#v=onepage&q&f=false
- http://wiki.c2.com/?ArgumentumAdHitlerum
- http://sofos.wikidot.com/reductio-ad-hitlerum
- https://observador.pt/opiniao/reductio-ad-hitlerum/
- Stephen Downes. Guia das Falácias Lógicas do Stephen, Universidade de Alberta, Canadá. endereço: http://www.onegoodmove.org/fallacy/welcome.htm.
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_da_ferradura
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